domingo, 3 de outubro de 2010

Goma 4


Escrever o início dessa goma me exige dizer em que ela consiste (e seu conjunto, sua caixa, latinha, qualquer que seja seu envoltório recipiente), já que alguns têm me perguntado sobre. Pois bem... minhas gomas nada mais são que partes do meu diário de bordo. Estou à bordo dessa minha vida de angústias íntimas, mexidas, ora empapuçadas de cores, ora repleta de sombras, ou em um mix de pensamentos difusos, multivelozes, estranhamente passivos, nada pacíficos. Não posso reclamar de momentos como esse. Eu produzo muito bem quando me sinto mal, em antíteses frescas como algo diabolicamente puritano. Hoje fumei Malboro Light. De fato, gosto mais dos cigarros L.A. mentolados com cereja. Sou doce... eles combinam mais comigo. Também troquei o perfume. De um com aroma doce para outro um tanto mais doce. A mudança foi boa para o bolso... de 190 pilas para 147 – o restante pode ser investido em outros apetrechos glicêmicos, eu diria. Meu orientador deu notícias do Rio de Janeiro. E a culpa por ter tomado mais Sol do que podia – fato que me fez cancelar a viagem – se duplicou. Pelo menos ele continua adorável e ainda põe fé em mim, acho. O carro foi lavado – meu namorado lindo fez isso! Desmontei parte do guarda-roupa. Algumas peças foram expulsas. Outras recicladas. A maioria continuou como estava... empilhada em montes desnecessários e maravilhosos! Ainda me sinto uma socialista consumista. Tenho a alma colonizada... não vou me livrar tão cedo da Coca-Cola, do Mc Donald’s, da Melissa ou da Cavalera. Yes, adoro purpurinas! E bananas também... Falei com Solange pelo telefone e senti saudades fortes das pequenas que tanto amo. Minha mãe não pára mais de pintar sobre tecidos. Já ganhei duas camisetas e duas almofadas... com sapos e vacas sorridentes. Amei! E quero mais...!!! Comprei duas câmeras Lomo... e realizei um sonho! Uhhh... sempre quis uma Holga daquelas clássicas... Purki vai morrer quando souber! Outro que vai morrer (de novo) é Michel Foucault. Às vezes quero trucidá-lo... Mas por enquanto só vou fazê-lo levantar da tumba prá me explicar só um pouquinho de tudo o que ele quis dizer com tudo o que disse. Depois posso devolvê-lo... Ai, minha cachola confusa! Fico maluca com tudo isso tão denso, profundo, estupendo, brilhante! Fã número 1 a moçoila aqui, deu prá sentir, né? E eu vou parando essa goma logo, antes que a bola que se possa fazer dela me leve alto demais. Vou prá o banho com a Bebel Gilberto cantando “Chica Chica Boom Chic” prá mim. Tá pensando? “Eu sou a filha da Chiquita Bacana”, meu irmão!

(Em 10 de janeiro de 2010)

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