domingo, 3 de outubro de 2010

Goma 11

Outro dia alguém me disse que sou autêntica. Aí parei prá pensar um pouco nessa minha legitimidade de ser quem sou e também refletir acerca dos bônus e ônus de não se permitir adulterar as verdades e as composições. Na verdade, ganhos vêm e lágrimas também, seja um alguém fidedigno ou corrompido por mesmices. Talvez seja melhor assumir-se como piruá e não pipocar, como sugerem as expectativas. Pedro Bial orientou os confinados do Big Brother a se rebentar diante do calor, a se unirem à massa comum da delícia saltitante, componente quase sempre secundário. Dias depois desse discurso, ouvi o Di contar sobre uma conversa com Purki a respeito de abrir mão de ser pipoca e se manter inalterado em sua própria verdade. É exatamente o que penso que sinto e o que sinto que desejo, ainda que não saiba ao certo que tenho essa certeza como evidente. O que quero dizer é que essa minha autenticidade, reconhecida e comentada, é toda a parte de mim que ponho à mostra, como reflexo dos meus feixes de intensidade e cor, mesmo rasos ou monocromáticos. Não estou à venda, mas me ponho às claras, como uma obra de arte de minha própria autoria, cheia de veracidade, em uma paleta de sombras e perspectivas, absorvendo e refletindo freqüências, misturas e combinações em uma marca distintiva e simbólica que eu também vejo quando olho no espelho.


(Em 21 de fevereiro de 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário