segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Desmontar verdades


O problema não é mudar a "consciência" das pessoas ou o que elas têm na cabeça, mas o regime político, econômico, institucional de produção de verdade. Não se trata de libertar a verdade de todo sistema de poder - o que seria quimérico na medida em que a própria verdade é poder - mas de desvincular o poder da verdade das formas de hegemonia (sociais, econômicas, culturais) no interior das quais ela funciona no momento.

Michel Foucault em A microfísica do Poder

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A morte dessas formas de ver o mundo


São os saberes que precisam morrer. Aniquilações de um Deus de um partido cristão e de um homem pactuado com a racionalidade são aspirações nietzschianas e foucaultianas que podem nos alimentar o espírito da esperança de alcançar alguma condição de singularizarmo-nos nessas formas de ver o mundo transversalizando o olhar que nos captura. Toda essa condição de uma opressão, sedução e devoramento capitalísticos é constituinte dos nossos corpos e das nossas subjetivações. Mas é preciso dobrar. É preciso singularizar nossos sentidos nessas formas de ver o mundo. Os lados, os dentros, os foras, os rizomáticos da nossa existência. Figuramos no mass media capitalístico naturalizados nos moldes de uma concepção da igualdade cuja principal função é a manutenção da diferença. Todos os saberes sobre a igualdade precisam morrer. Toda essa falácia de democracia e equidade social precisa morrer. Todas as ciências das especificidades que buscam curas, ajustes, limpezas, precisam morrer. O que há de ser mantido é todo processo passível de desconstruções, de reterritorializações, de singularizações desses modos como somos vistos pelo mundo e como nos vemos a nós mesmos, para enfim chegarmos a ser, para além de estar.